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  • Foto do escritorJulia Melo

Não é só sentir, é sobre tocar também



Eu era jovem. E inocente. E acreditava em contos de fadas. E era totalmente clichê, como estou sendo agora.


Você era também era jovem. Talvez não tão inocente. Ou talvez inocente demais para amar. E acreditava em grandes histórias de amor, como os romances de Jorge Amado. E era clichê. O máximo dos clichês, como estou sendo agora.


Apesar das novas nuances de se conhecer, meio fora dos romances que compartilhávamos, era bom. Tudo bem, não havia contato físico, mas era como se estivesse aqui. Nas noites frias, você foi meu acalanto. Nos dias quentes, foi como um banho de mar. E nos dias normais, como o dia de hoje, você não se importou em discutir se haviam mais cadeiras ou mesas no mundo. E trocamos música, livros e histórias sem fim. Ter você ao meu lado era viver num eterno horário de verão, onde os dias de Sol não acabavam nunca. Você me deu esperança e fé nas pessoas, na vida, mas principalmente no amor.


Só que não é apenas sobre sentir, também é sobre tocar. E nós sabíamos disso. E entendemos isso. E não foi como se libertar ou se deixar seguir em frente, pois permanecemos, de outras formas, mas permanecemos.


Afinal, nosso amor nunca foi romântico, só foi humano.


E dentro do nosso mundo, do nosso universo particular, nos permitirmos partir. Até o fatídico dia onde as coisas mudaram e nos reencontramos. Ou melhor, nos encontramos pela primeira vez.


E foi inusitado, romântico e clichê, como as histórias que gostamos. Quando me abraçou tudo a minha volta se desligou, nada mais importava ou fazia sentido. Era o nosso momento.


Não é só sentir, é também tocar. E finalmente estávamos tocando.


Naquele momento, vi que o amor era algo maior. O nosso amor era algo maior do que até mesmo o romântico pelo o qual tanto nos desdobramos.


Te tocar, te sentir, encerrou o nosso ciclo. Sei que ali encerramos o nosso grande "e se...". Não é como se não fosse dar certo ou não fizesse mais sentido. Mas o nosso amor sempre foi maior. E estava tudo bem, de verdade.


O mais importante sempre foi o fato de que nos permitirmos.

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