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  • Foto do escritorJulia Melo

Mais um sobre aquela pessoa que quero ser e a que sou



A gente nunca sabe quando essas horas batem.


Sentada, na beira da piscina, sentindo a brisa da tarde, se despedindo dos últimos raios de sol do primeiro dia do ano e lendo um livro de poesias que havia encontrado, daqueles que de início você não dá nada. E então ele começou me invadir.


Ele o livro, mas também ele o Rio, e os versos brancos, misturados com rimas sem métricas que me trouxeram a mente aquela personagem que vive em meus sonhos.


Forte, segura e um tanto quanto inquestionável. Suas vivências pela rua da Cidade Maravilhosa, que vão desde dias de confetes e serpentinas à concertos musicais no Theatro Municipal.


Aquela personagem que me prometi ser quando passasse para a faculdade de história, conseguisse um emprego num museu, um apartamento pequeno na Lapa, mas com uma sacada - mesmo que minúscula. As noites de samba em Santa Teresa e os dias dando aulas em escolas na Baixada.


Sonhos, sonhos, sonhos... De uma personagem que ainda não viveu, a não ser nas minhas inúmeras noites em claro de lágrimas e papéis espalhados pela cama.


Sei que o tal livro e suas poesias trouxeram-na. Na verdade, a vida tem me recordado aos poucos de sua existência. E sua presença tem me lembrado o porque de estar onde estou, fazer o que faço e preenchido meus pulmões de coragem. As aulas de história na baixada não são possíveis, mas quem sabe umas de sociologia.


Nem me recordo mais qual era pra ser a ideia principal desse escrito. Por isso, deixo sendo mais um que era para os outros se identificarem, e acabou sendo sobre o meu eu.


Afinal, um escritor sempre escreve sobre si.

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